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'Ele tinha a vida da minha irmã nas mãos', diz irmã de jovem morta após fazer procedimento estético; familiares prestaram depoimento

Familiares de morta em clínica de estética em Campo Grande prestam depoimento Parentes de Marilha Menezes Antunes, de 28 anos, que morreu após fazer um proce...

'Ele tinha a vida da minha irmã nas mãos', diz irmã de jovem morta após fazer procedimento estético; familiares prestaram depoimento
'Ele tinha a vida da minha irmã nas mãos', diz irmã de jovem morta após fazer procedimento estético; familiares prestaram depoimento (Foto: Reprodução)

Familiares de morta em clínica de estética em Campo Grande prestam depoimento Parentes de Marilha Menezes Antunes, de 28 anos, que morreu após fazer um procedimento estético na semana passada, prestaram depoimento na Delegacia do Consumidor nesta segunda-feira (15). Segundo a irmã, ao invés de transferir Marilha para um hospital maior, o médico teria tentado reanimar a moça. "Ele tinha a vida da minha irmã nas mãos. E, ao invés dele, percebendo que a gente estava lutando contra o tempo, tentar transferir para um hospital maior ou de fato jogar com a verdade que precisava sair daquele centro cirúrgico, ele continuou reanimando ela por 90 minutos", disse Lea Carolina Menezes Antunes. Ainda segundo a irmã, apenas após muita insistência da família a morte de Marilha foi declarada. "Só declarou a hora da morte porque a família estava desesperada, porque sabíamos que 90 minutos era um tempo que ela não voltava mais”, lamentou Lea. Todos utilizavam camisas com a foto e o nome da vítima, que sofreu uma perfuração no rim durante a hidrolipo no dorso com enxerto de glúteos, o que provocou hemorragia interna e causou sua morte. o g1 tenta contato com a defesa do médico José Emílio de Brito. Parentes de Marilha Menezes Antunes, de 28 anos, chegaram à Delegacia do Consumidor para prestar depoimento na manhã desta segunda-feira (15). Henrique Coelho / g1 Outra paciente Uma jovem prestou depoimento na Delegacia do Consumidor dizendo que foi atendida na mesma clínica logo antes de Marilha Menezes morrer. A mulher, que não quis ser identificada, diz que o procedimento foi iniciado antes mesmo que a sedação fizesse efeito. Ela contou que ficou com muita dor e chegou a ficar com medo de sofrer uma perfuração durante o procedimento. “Ele estava forçando, forçando, forçando, e eu berrando, berrando, e com o pensamento na (Marilha) Menezes, sem poder ver ela em momento nenhum. Aí, eu falei assim: ‘mais um pouco você vai me furar’”. A jovem disse que ficou com medo de morrer, e que quando tentou falar com Marilha para alertá-la do procedimento, não conseguiu falar com a vítima. Histórico do médico A Polícia Civil pediu a prisão preventiva do médico responsável pela cirurgia em Marilha, em um hospital-dia em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. José Emílio de Brito responde a pelo menos 10 processos na Justiça e já foi condenado por homicídio culposo em outro caso. O médico atua como cirurgião plástico desde 1976 e acumula 14 ações judiciais, todas relacionadas a procedimentos estéticos. Em 2008, ele realizou uma lipoaspiração em uma paciente de 35 anos, que morreu após uma hemorragia interna. O médico foi condenado em 2018 a 2 anos e 4 meses de prisão por homicídio culposo, pena substituída por prestação de serviços e pagamento de indenização. Em 2021, José Emílio foi preso por policiais da Delegacia do Consumidor (Decon) após irregularidades em um consultório em Vicente de Carvalho. Na ocasião, segundo a polícia, ele tentou subornar os agentes. O processo ainda está em andamento. Marilha Menezes Antunes, de 28 anos, morreu durante um procedimento estético Reprodução Interdição da clínica Na quinta-feira (11), agentes voltaram à clínica Amacor, em Campo Grande, para concluir a interdição do centro cirúrgico, do ambulatório e da farmácia. De acordo com as investigações, o médico captava clientes pelas redes sociais, analisando apenas fotografias enviadas por sua auxiliar de enfermagem. O contato direto com os pacientes ocorria apenas no dia da cirurgia. Além disso, segundo depoimento, ele mesmo aplicava a anestesia nos procedimentos. Na segunda-feira, 5 cirurgias estavam agendadas na clínica. O espaço era alugado pelo médico por 12 horas.

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